Criatividade e inovação tecnológica são históricas
Já no início de 1990, o desembargador Guinther Spode, juntamente com o ex-desembargador Milton Carlos Löff (já falecido), montaram, com recursos próprios, a primeira sala de audiências informatizada do Brasil, na 11ª Vara Cível de Porto Alegre. O juiz, o datilógrafo (hoje digitador) e as partes (autor e réu) dispunham, cada um, de um monitor de vídeo para acompanhar o que era transcrito (depoimentos, decisões ou sentenças). “Impossível deixar de observar que, na época, os equipamentos de informática eram todos importados e custavam uma fortuna. Uma impressora simples, daquelas de pinos, custava por volta de U$ 2 mil”, conta.
Após ler a matéria intitulada Faltou recurso? Criatividade é a ferramenta do magistrado – publicada no site da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (AJURIS) e que aborda o uso de soluções criativas nas audiências, pelos magistrados -, Guinther lembrou desse episódio marcante para o Judiciário gaúcho.
A inovação, segundo ele, teve repercussão: “Os advogados que atuaram na época podem testemunhar a verdadeira revolução que isso significou. Nossas audiências estavam sempre repletas de estagiários, além de advogados que vinham para conhecer a novidade. Sempre faltava lugar e havia até mesmo uma fila de espera em que os interessados tinham de se habilitar, pois não havia lugar para acomodar todos”.
Guinther relembra, ainda, que, ao encerrar a audiência, além das cópias reservadas aos autos e as destinadas ao arquivo do cartório, outras eram distribuídas para as partes e para os estagiários. “Estas cópias eram custeadas gentilmente pelo escrivão Amélio Todero”, comenta.
A iniciativa dos dois magistrados, pioneira em uma época em que a informatização não era algo comum nos fóruns brasileiros, pode não ter tido o reconhecimento devido, na opinião do desembargador. Porém destaca-se por adiantar uma prática que se tornou habitual nas comarcas, ou seja, o uso de computadores em todos os espaços da Justiça. O relato soma-se a outros que ilustram a capacidade dos juízes gaúchos de adotar inovações tecnológicas para agilizar tarefas e de encontrar alternativas para situações adversas.
Alexandre Volkweis
Imprensa/AJURIS
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